O Princípio da Incerteza

O Princípio da Incerteza de Heisenberg afirma que "não podemos conhecer com precisão absoluta tanto a posição quanto a velocidade (ou momento) de uma partícula ao mesmo tempo. Quanto mais precisamente tentamos medir uma dessas características, menos precisão teremos na medição da outra" (Heisenberg, 1927).

Analogamente, podemos aplicar esse conceito ao campo dos direitos humanos na sociedade contemporânea. Quanto mais se tenta formalizar e garantir os direitos humanos de forma teórica (a "posição" dos direitos no arcabouço legal), menos eficácia se tem em assegurar sua aplicação prática (sua "velocidade" ou impacto real). Assim como no princípio de Heisenberg, em que uma variável influencia a outra, na sociedade capitalista, os interesses econômicos e políticos distorcem e limitam a aplicação dos direitos humanos, criando uma incerteza constante sobre sua efetiva implementação.

Incertezas na Aplicação dos Direitos Humanos

Essa incerteza é refletida na realidade dos direitos humanos, que, embora consagrados em tratados internacionais, são frequentemente manipulados ou aplicados de maneira seletiva, conforme os interesses dominantes. A lógica capitalista e a concentração de poder nas mãos de poucos resultam na ilusão de que esses direitos são universais e equitativamente aplicados, quando, na verdade, sua execução é limitada e frequentemente distorcida para servir aos interesses econômicos.

Assim, tal como no princípio da incerteza, quanto mais os direitos humanos são "medidos" e proclamados na teoria, mais distante se torna sua aplicação prática, especialmente em contextos como a Faixa de Gaza, onde o poder econômico e político obscurece a justiça e a equidade.

A Ilusão dos Direitos Universais

Dessa forma, a ilusão de que os direitos humanos são garantidos para todos de maneira igualitária se assemelha à incerteza heisenberguiana: quanto mais tentamos defini-los na teoria, mais difícil se torna garantir sua efetividade na prática. Assim, a tese de que "ter direitos é uma ilusão na sociedade de interesses que vivemos" encontra respaldo na própria natureza das dinâmicas de poder e controle que moldam o mundo atual.

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